sexta-feira, 24 de agosto de 2007

SUMAM DO MEU CÉU!

por
B. J. Franco Fonseca
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Por inapelável despejo expulsos fomos e em precária situação nos encontramos.
Desapoiados e pobres, sem razão, saber ou motivo para tanto. Não que bem estivéssemos, nem era uma situação assim tão cômoda, sempre existiu um vago odor de insegurança. Todavia, se melhor não conhecíamos, comparar como?
Felizes? Não, acomodados talvez...
E tudo se nos apresentava como sendo melhor por falta de escolha, o que temos é só o que temos, ergo, é o melhor. “E tudo está bem no melhor dos mundos possíveis”.
Felizes? Não, adormecidos talvez...
E assim sendo, afinando sempre pela nota mais baixa, um estado de apatia generalizada chegou, instalou-se tão fundo e de tal maneira e forma que parece até que tudo sempre foi assim. Desde antes, desde sempre. Desde um tempo em que não havia tempo.
Felizes? Não, catatônicos talvez...
Insatisfação improcedente, ingratidão quase. Pois tínhamos deuses a cultuar, e eles nos deixavam escutar algumas músicas, podíamos ler livros escritos por eles, também nos deram brinquedos bem interessantes, até nos deixavam fazer sexo espalhando a nossa inerte descendência. Clonificando a estupidez, decuplicando a incompetência, multiplicando o marasmo.
Felizes? Não, mortos talvez...
E estaríamos assim até hoje, (até sempre), se algo muito estranho não acontecesse algo que quebrou a monotonia até então existente: um dia-momento-instante alguém foi mais longe do que devia e viu luz, muita luz. Voltou falando de coisas novas com palavras insistentes e a nossa imaginação não conseguia sequer entender o que estava acontecendo.
Felizes, Não, deslumbrados talvez...
E foi assim que tudo aconteceu, os deuses ficaram furiosos, rasgaram nossos livros, quebraram nossos brinquedos, até queimaram alguns de nós, (os mais curiosos e falantes), e finalmente nos expulsaram de lá.
Felizes? Não, assustados talvez...
Neste espaço que encontramos, (árido, seco), criamos nosso próprio minimundo, instalamos nosso próprio céu, resolvemos nós mesmos, compormos nossas próprias músicas, escrevermos nossos próprios livros, distribuindo entre todos as palavras que criamos e toda luz que possamos descobrir.
Felizes? Não, tentando talvez...
Sabemos o que se passa, estão chegando notícias até nós. Os deuses continuam irados e ao que parece planejam nos expulsar também daqui. Mas as coisas não serão como antes, não vamos deixar que aquilo tudo aconteça outra vez, (não, de novo não!!!).
Felizes? Não, corajosos talvez...
Quando chegarem, (e eles vão chegar, sempre chegam), cada um de nós estará alerta e pronto, acordado e armado. Estaremos armados com nossas idéias e amigos, com nossas músicas e mulheres com nossas poesias e filhos, gritando com todas as forças do nosso coração: voltem, voltem!!! Ninguém vai nos tirar daqui!!! Sumam do meu céu!!!
Felizes? Não, humanos talvez...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

VENHO POR MEIO DESTA...

Uma nova tribuna, um púlpito novo.
Um neo-espaço.
Destinada aos AERONAUTAS DO ESPÍRITO, materializamos agora no plano do real, uma idéia que nos persegue: “desde a aurora dos tempos/ desde a alvorada dos mundos” – um espaço onde o pensamento possa exibir-se sem peias, no esplendor da sua bruta imperfeição.
Valioso por ser nosso.
Válido por ser novo.
E por ser nova tal criação traz consigo as singelas imperfeições das coisas recém-nascidas. Não anda, arrasta-se. Não fala, grunhe. Normal das vezes chora.
Principalmente deslumbra-se.
E por ser nosso desejo e propósito disseminar tal deslumbramento, um convite é feito, uma conclamação se divulga: compartilhem conosco deste instante, aproveitem o momento que se apresenta. Escrevam, produzam, criem, cantem (os que souberem), gritem (os que não souberem cantar), mas façam algo e este espaço divulgará.
Só não admitiremos a inércia, a imobilidade, a inação, o não-fazer.
Dos classificados: “nosso futuro colaborador deverá ter o seguinte perfil: assumir o risco de criar e, além disto, expor sua criação perante esta coisa sem rosto, forma ou função útil chamada opinião”.
Não temos censura, (nem mistoforia).
Nossos colaboradores serão pagos com grifos, opcionalmente quimeras, (temos algumas), preferencialmente cronópios, (acabamos de receber um grande carregamento).
Aquela poesia guardada, aquele conto esquecido, aquele ensaio rascunhado, aquele livro fantástico sobre o qual você gostaria de dizer algo...
A hora é agora, o momento é já..
Faça.
Seja.

VICIADOS EM FILOSOFIA - Perfil (João Henrique)



Histórico:
De Teófilo Otoni, interior de Minas Gerais. Dezenove anos de existência. Quase vinte. Cursando segundo período de Direito.
Atualidade:
Mãe artista. Trabalha com patchwork (faz colchas maravilhosas, mantas, almofadas, capas de travesseiro, jogos de banho, e panos de prato, etc).
Formada no início deste ano em enfermagem, leva metade de mim para Roraima, a minha irmã. São deveras, tudo que tenho na vida.
Meu eu:
Diferente... Saio pouco... Gosto demasiado de música clássica (Bach, Beethoven, Vivaldi, Mozart, Strauss etc), direito e filosofia, pedras preciosas (vendo). Um pouco socialista. Metamorfose ambulante no som e no ser.
Planos de papel:
Almejo ocupar um cargo público, por concurso (de preferência algum Tribunal), antes de terminar minha faculdade. Depois do diploma, um cargo público (promotoria ou magistratura).

domingo, 19 de agosto de 2007

PERFIL DOS VICIADOS EM FILOSOFIA (Pablo)


Pablo M. Barros, Vila Velha, ES, 34 anos. Ex-estudante de filosofia, atualmente me considero mais um curioso, que por vezes ou outra entra no ceticismo em relação a qualquer doutrina filosófica ou algo do tipo. Bom mesmo é a observação desinteressada! De qualquer maneira, não tenho restrições. Não gosto de fazer perfil, pois como disse Foucault, bom mesmo é o filósofo mascarado, onde o que vale são as idéias e não quem as escreveu